quarta-feira, 25 de março de 2009

O dia valeu!

Sentia-se feliz, apesar de...
Aquela estrada era o caos, e a cidade mais ainda.
Só conseguia ver o cinza, e além dele, os buracos ou bolas de asfalto formadas pelo descuido.
Mas a pouca gente desperta pelo interesse valeu o dia.
Além disso, a barriga crescendo e crescendo e os chutes da vida que não era dela.
Imaginou-se carregando uma, chegou a se entristecer por não ter conseguido.
Quantos meses esperou, e novamente o ventre não foi preenchido.
Mas o coração estava ali, batendo e batendo.
Gargalhou com a lembrança pelo aniversário.
Não sabia que o dia quatorze de março tinha tanta história.
Nem mesmo cogitava que para alguém ele seria importante.
Surpreendeu-se, chorou de tanto sorrir.
E olha que a lembrança chegou atrasada por um problema técnico.
Tudo bem, não importava!
Foi de forma sublime lembrada.
Mais ainda, viu o homem e viu o cão.
Dormiria com aquela lembrança gostosa.
O cão, a abanar o rabo longo e peludo.
O homem, a fazer graça, ocupando de longe o espaço que é só seu.

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