Ela tentava trazer à luz esses momentos compartilhados, e além desses, tantos outros que a memória lhe permitia recordar, insistia tentar recordar, talvez para fazê-la esquecer dos momentos que a fizeram deixar de sorrir, que os fizeram deixar de sorrir.
E nem foram tantos assim, esses momentos. Mas como permitir esquecê-los, quando foram eles que criaram as rachaduras do cristal? E era um lindo pote de cristal...
Ela já não era mais a mesma, os dois já não eram. Tentavam juntos, novamente, reconstruir suas vidas. De forma diferente daquela que haviam compartilhado, é claro, mas nem por isso menos feliz.
Cheia de empenho ela lutava contra os fantasmas, as imagens, as lembranças, os gemidos, o silêncio, a raiva. Tentava mesmo apaziguar o mar revolto. E até tinha, em seus segredos, um apoio. Eram eles que momentaneamente acalmavam o mar. E então quando o mar acalmava, ela deixava flutuar a razão.
Mas eram tempos difíceis, esses...
Calmaria, tormenta, calmaria, tormenta. Desejava a calmaria, mas a tormenta lhe derrubava. Caída, seus segredos apareciam, e neles tinha apoio para se levantar, talvez até vislumbrar na tormenta uma porção gigante de pequenez.
Então ela novamente olhava o cristal. Conseguia mesmo ver nele grande beleza. As rachaduras continuavam ali, serviam elas para deixar turvos os segredos escondidos no pote. Queria acreditar que as rachaduras sumiriam com o tempo, e assim como as rachaduras, os segredos.
Que lindo pote de cristal era aquele! Podia ver as linhas primorosamente desenhadas que o adornavam. Eram linhas tão admiráveis que os sinais de "imperfeição", se é que imperfeitos, não feriam a sua beleza. E da sacada, ela observava o mar em tempos de calmaria...
Ela já não era mais a mesma, os dois já não eram. Tentavam juntos, novamente, reconstruir suas vidas. De forma diferente daquela que haviam compartilhado, é claro, mas nem por isso menos feliz.
Cheia de empenho ela lutava contra os fantasmas, as imagens, as lembranças, os gemidos, o silêncio, a raiva. Tentava mesmo apaziguar o mar revolto. E até tinha, em seus segredos, um apoio. Eram eles que momentaneamente acalmavam o mar. E então quando o mar acalmava, ela deixava flutuar a razão.
Mas eram tempos difíceis, esses...
Calmaria, tormenta, calmaria, tormenta. Desejava a calmaria, mas a tormenta lhe derrubava. Caída, seus segredos apareciam, e neles tinha apoio para se levantar, talvez até vislumbrar na tormenta uma porção gigante de pequenez.
Então ela novamente olhava o cristal. Conseguia mesmo ver nele grande beleza. As rachaduras continuavam ali, serviam elas para deixar turvos os segredos escondidos no pote. Queria acreditar que as rachaduras sumiriam com o tempo, e assim como as rachaduras, os segredos.
Que lindo pote de cristal era aquele! Podia ver as linhas primorosamente desenhadas que o adornavam. Eram linhas tão admiráveis que os sinais de "imperfeição", se é que imperfeitos, não feriam a sua beleza. E da sacada, ela observava o mar em tempos de calmaria...