domingo, 29 de março de 2009

Em cena

E lá estava novamente tentando acertar o rumo. Um dia uma amiga lhe falou que às vezes não percebemos quando algo se perde. Enquanto isso, a coisa fica ali, meio de lado, espreitando o momento certo de entrar em cena. Nesse "meio tempo", fazemos um pouco de tudo, e o que é tudo acaba sendo posto de lado, deixando de ser... Vai se desgastando, virando pó, até desaparecer aos olhos, quase por completo, e então o palco fica vazio e até a cena deixa de ser importante à história. É mesmo! Pode ser que a coisa não seja fundamental, insubstituível pro conto. Ainda assim, ela tem vida... Desgastada, transformada em pó, é carregada pelo vento. Em alguns momentos, segue em linha reta. E é certo que não repousa. Acaba retornando com os fortes sopros da ventania. No ar, flutua em círculos. Não é matéria consistente pra alcançar o chão. E assim, o vento a leva cada vez mais a lugares não desejados. Ela tenta alcançar a história, se jogar ao palco onde ocuparia a cena. Quer ser agarrada, tomada como parte importante pelos seus atores. Mas enquanto não consegue, continua a voar, esperando ganhar solidez e repousar num outro palco onde não se transforme em poeira.

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