quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Que tempo é esse?

Que tempo é esse que passa sem ser possível deixar?
Quantos projetos foram pensados e não saíram das idéias!
Não foi assim que os desejos se fizeram nas noites!
Há um grito sem som, há um choro sem lágrimas, há uma ferida sem dor.
Porque o vazio permite o nada, a ansiedade teme a espera, e os momentos de agora não são suficientes para esquecer o futuro.
Ele anda à frente, sem olhar para trás.
No caminho, pedras, barro, verde que corta e sangra.
A presença é ausente; o toque, imperceptível.
Queria ter a certeza de que tudo não passou de impressão.
Queria não ter visto as imagens...
Ele se vai e deixa quem fica.
Não se esforça para não haver um ficar. Some no meio da mata, deixando o som de seus pés a andar, a andar.
Há muito sonhou que corria atrás, descalça, sentindo as pedras cortando-lhe a pele.
Hoje, continua correndo, mas a distância parece maior...
Não consegue alcançar a mão, não consegue sentir o cheiro.
E a presença parece apenas um protelar da ausência...
Quis construir uma casa, uma vida, uma família.
Quis ganhar um abrigo, mas também abrigar.
Não conseguiu, tem certeza.
E a história termina sem ter chegado ao fim.

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