sábado, 24 de janeiro de 2009

Negação do amor


O dia amanheceu diferente...
Da janela, uma pequena fresta de luminosidade.
Hora de levantar, acordar pro mundo.
Sentia-se anestesiada. Alguma coisa havia mudado.
Sensação igual a essa já tinha vivido há tempo, muito tempo.
Teve de renunciar ao amor para reviver.
Mas agora algo havia mudado.
Quando da primeira vez ouviu que o amor acabara, não acreditou.
Teve força para resistir e um fio de esperança para tentar.
Quando da segunda vez ouviu que o amor acabara, decidiu.
O amor de fato acabara.
Do outro lado da cidade, o talvez algum dia deixou de fazer sentido...
O amor de fato acabara.
Então levantou, organizou suas coisas, tomou café, fez companhia aos gatos.
A água do chuveiro fez escorrer o peso que o corpo carregara.
Gotas e gotas de restos foram escorrendo pela pele, perdendo-se na poça acumulada.
Já não conseguia chorar. A tristeza tinha passado...
Então respirou fundo, olhou pela janela, sentiu-se plena, cheia de vontade, desejos, sonhos.
Aquele amor de fato acabara.
Conseguiu suportar a negação do primeiro amor.
Conseguiu aceitar a negação do segundo amor.
Conseguiu rejeitar a negação do terceiro amor, ou a possibilidade.
O talvez algum dia também acabara.

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