sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vidas

Enternecida!
Foi assim que ela se sentiu quando foi ter com a vida dos velhos.
E que vida...
Não podia dizer há quanto tempo eles estavam ali, naquele espaço.
Eram muitos, sob os holofotes do abandono, do amparo, da tristeza, mas também da alegria.
Quantos corredores, quartos, camas, filantropia, descaso, cuidado permeavam aquelas vidas...
Não sabia dizer, mas sabia pensar sobre o que viu.
E viu vidas, vidas que circulavam e se entretinham com pequenas coisas, grandes coisas.
Olhos perdidos em face da solidão, do esquecimento.
Olhos atentos aos pontos do bordado.
Olhos fixados nas imagens da televisão.
Olhos que enxergavam com as mãos.
E os sorrisos...
Não eram muitos, de fato, mas os poucos que flagrou eram mesmo profundos.
Para um simples afago, sorrisos.
Sorrisos que se cruzavam, que diziam oi,
que se misturavam às cantigas acompanhadas da percussão e da sanfona.
Vidas, olhos e sorrisos...
E ela saiu de lá verdadeiramente enternecida.

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