sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sexta-feira

Ficava parada, tentando entender por qual razão o dia amanheceu tão cinza.
Procurava lembrar as vezes em que o coração bateu acelerado, encantado por tanta delicadeza.
Insistia em retornar, à vida, ao amor, à tranquilidade, à certeza.
Mas já fazia um bom tempo que não tinha certeza de nada...
A voz lhe dizia, mas os sinais significavam o contrário.
Não tinha mais 20 anos, e toda aquela beleza da juventude, e toda a força de alguém que ainda tem muito pra viver, dando pouca importância pra dor.
E como lhe causava dor, aquilo tudo.
Momentos felizes, lembranças que não conseguiam ser apagadas.
Sentia-se enganada, e todos os dias, convivia ao lado dos fantasmas.
Virou uma louca descrente e sozinha, acompanhada dos fantasmas.
Apertava o travesseiro, mordia, dava socos na cama.
No sono, gritava!
E enquanto observava o mundo, cheio de esperança, lutando e lutando e lutando, não conseguia sair do lugar...
Esquecer, recomeçar!

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