segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por qual razão?


Hoje o dia amanheceu rodando. Queria fazer um pouco de tudo, mas o chão estava distante. Precisava ler os livros e não conseguia ver as palavras. Só queria um ombro amigo. Percebeu! Todos estavam tão longe. Suas vidas foram levadas, pela viagem, pelos amores, pela necessidade do encontro com o mundo. Estava sempre ali, ouvindo, ouvindo, ouvindo. E quando sentia que era preciso falar, vazio. Lá fora, só havia a chuva, o barulho dos carros passando e passando. Tinha saudade de tanta coisa! Da época em que não tinha dúvidas de ser amada. Sentia falta do tempo em que o dia amanhecia rodando, mas a mão estava sempre ali, a lhe dar equilíbrio. Quanta coisa aconteceu depois. Tentava olhar para aquela que lhe deu a vida, tão frágil, tão forte. Sentia raiva. Não queria, mas lá no fundo a responsabilizava por tudo. Não era a possibilidade da morte que a incomodava. Era a impossibilidade da vida. E assim, seguia o seu destino. Insana, quase desmoronando. Era ela, a solidão dos outros, as incertezas dos outros, as paixões dos outros, as alegrias dos outros, as necessidades dos outros. Era ela! Apagada, ali invisível, querendo ser percebida aos olhos dos outros. E por qual razão isso tanto importava? Não sabia. Talvez buscasse nos outros uma desculpa que justificasse a sua desprezível auto-piedade.

Um comentário:

Lionel Messi disse...

טוב

תודה

הנושא של יותר נפלא